A lua passa grande
pelo meu sossego
pardo.
Macia de afago
na face minha
da noite.
E o branco,
o azul,
dissolvem-se:
suas mãos
na pele que trago...
Meu corpo neblina
estende-se
infinito,
até mais não...
Sou rastro imenso,
convicto!
Quero tocar as nuvens, o céu, as estrelas,
e voar,
voar,
voar...
Quero, lua,
teus viçosos raios
de espesso marfim.
E a luz enxuta da manhã
onde nascem
a seda
e a paz.
Tardia paz...
Lua, acorda-me assim,
bonita.
Não torno
às longas horas
suspiradas,
arrastadas,
sem princípio,
sem fim.
Essas pesadas horas
em que parto
leve...
e longe...
Fevereiro/Março 2010
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