terça-feira, 20 de abril de 2010

Alvura

A lua passa grande

pelo meu sossego

pardo.

Macia de afago

na face minha

da noite.

E o branco,

o azul,

dissolvem-se:

suas mãos

na pele que trago...


Meu corpo neblina

estende-se

infinito,

até mais não...

Sou rastro imenso,

convicto!

Quero tocar as nuvens, o céu, as estrelas,

e voar,

voar,

voar...

Quero, lua,

teus viçosos raios

de espesso marfim.

E a luz enxuta da manhã

onde nascem

a seda

e a paz.

Tardia paz...


Lua, acorda-me assim,

bonita.

Não torno

às longas horas

suspiradas,

arrastadas,

sem princípio,

sem fim.

Essas pesadas horas

em que parto


leve...


e longe...



Fevereiro/Março 2010

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