segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desencontros

Por dentro

não sei onde cabes.

A pele permeável,

a dúvida.

O medo dos silêncios,

do que não quero dizer.

Apenas o talvez

quando quero o finalmente.

Por dentro

não sei onde cabes.


As flores

que vêm ao meu encontro,

colho-as,

esplendor de uma casa de inverno;

devolvem-me a humanidade

num toque onde me deixo.

Embriaguez dos momentos

para lá do presente,

para lá de tudo,

onde as cores duram

inconstantes

noutro ponto do espaço:

um lugar nu

onde nos abraçamos

e existimos.



Dezembro 2010/Janeiro 2011