Caíram,
desde cedo,
vozes de ira,
amarrotando a flôr,
agigantando o grito,
no peito cor de nódoa.
Sorte postiça
vivida por demais.
Hoje acordo. Garras gastas apontadas
p'ra onde quer que se esvaziem meus lábios
mordendo cada inquieto momento.
Traço do que restou...
O fio pisado quebrou-se
e à deriva calcorreio
pontas de exagero soltas,
novas. Estremeço no que não sei.
Abre-se o espaço, a terra, o ar,
e minha grinalda lanço
ao vento
que a voa embala
para sentir-me ter-me
em todos os contornos,
em cada polegada de nudez.
Para gritar a flôr (gigante)
e tornar
DE VEZ
à porta
do descanso
azul
e verde.
Maio/Junho 2010