quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Doçura

Pensas, sentes, distraída,

tricotando os dedos

sem pesar.

Dormindo lenta sobre a vida,

olhas as rugas do que passou,

do que ficou por passar.

Aguardas o tempo

devagar.


Chego...

Teus olhos voltam-se

presentes,

sorrindo de amor,

nus de lembranças,

de todos os suspiros

do dia corrido.

A doçura toca-me

o coração

e choro por dentro

a felicidade que fere:

- Quero isto para sempre!

Meu corpo estremece,

meus olhos resistem.

Digo-te obrigada

num pequeno afago

que não precisas de ouvir.



Agosto 2010