Pensas, sentes, distraída,
tricotando os dedos
sem pesar.
Dormindo lenta sobre a vida,
olhas as rugas do que passou,
do que ficou por passar.
Aguardas o tempo
devagar.
Chego...
Teus olhos voltam-se
presentes,
sorrindo de amor,
nus de lembranças,
de todos os suspiros
do dia corrido.
A doçura toca-me
o coração
e choro por dentro
a felicidade que fere:
- Quero isto para sempre!
Meu corpo estremece,
meus olhos resistem.
Digo-te obrigada
num pequeno afago
que não precisas de ouvir.
Agosto 2010