domingo, 21 de novembro de 2010

Contigo

Sonhei-te onde menos quis,

no depois do depois da esperança,

quando a seiva se extingue

pelo ventre vazio.


Sonhei-te,

esplêndido,

no cimo do mar,

esperando-nos em espuma, após o embate,

para lá do que possamos dizer.


Sonhei-te,

como sonho dia-a-dia,

num canto que só conheço cá dentro,

o canto onde me antecipas os passos

e te deixarei meus braços,

abundantes braços,

maiores do que o mundo,

caindo num sorriso escancarado

naquele ponto tão certo

onde céu e terra se acumulam.



Outubro 2010