sábado, 3 de julho de 2010

Mãe

Sei-te as mãos fortes,

rasgando o espaço,

molde da vida.

Sei-te mergulho

firme e ousado,

no mar escuro, incontestável

de nascença.


Sei-te as mãos fortes,

haver robusto

de amor erguido.

E sei,

mais que sabendo,

de um conforto,

tão pleno, tão longo...

Nem o avisto sequer.


Mãe,

sei-te as mãos fortes,

palavras cheias.

Tenho-as em mim.

Ainda que vencidas

p´la noite que cai,

sem aviso,

no meu corpo.

Pois quando no mundo me perco

é a ti que chamo:

Tuas mãos,

sereno afago,

polindo-me as espigas

do cabelo.


Abril/Julho 2010