Sei-te as mãos fortes,
rasgando o espaço,
molde da vida.
Sei-te mergulho
firme e ousado,
no mar escuro, incontestável
de nascença.
Sei-te as mãos fortes,
haver robusto
de amor erguido.
E sei,
mais que sabendo,
de um conforto,
tão pleno, tão longo...
Nem o avisto sequer.
Mãe,
sei-te as mãos fortes,
palavras cheias.
Tenho-as em mim.
Ainda que vencidas
p´la noite que cai,
sem aviso,
no meu corpo.
Pois quando no mundo me perco
é a ti que chamo:
Tuas mãos,
sereno afago,
polindo-me as espigas
do cabelo.
Abril/Julho 2010