segunda-feira, 28 de junho de 2010

Espero-te

Espero-te,

por entre as ervas

me ver daninha

e só.

Ilusão

a de me salvares,

voar para ti,

e no teu ombro ficar

seguindo o sopro da vida,

a tua,

sem que me lembre

do que não sou.


Cansaço...


Muitos dias

troquei de asas,

troquei de fé.

E as unhas,

na terra fincadas,

mais não eram que sonho

a arder onde não deve,

onde não cabe.


Depressa em ti mergulhei,

afogando a súplica

de um toque,

apagando o silêncio

em minha pele.

Sorriso feito afinado

roçando nu

paredes vazias.


Espero-te...

Na crista do monte do mundo.

Tua mão.

A minha.

Juntas tecendo a sombra

que me aquece os olhos.

Juntas olhando

o azul leal das estrelas.

Juntas balouçando a vida,

distraída,

continuando.


Maio/Junho 2010


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