sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Quase

Parada no passo que não dou 
Fico pelos dias que passam 
Cheia de anos demais 
Escondida no que ainda acredito...

Não vejo a mulher no espelho, 
E peço licença para ser, 
desculpa por ser.

Os sonhos doem, 
esboroados no que podia ter sido de outra maneira. 
Mais feliz. 

E a culpa, pegada funda, 
olha para mim todo o dia 
Fazendo-me escarlate.

Quando serei leve? 
Quando deixarei de acreditar? 
Deixar as nuvens negras passar 
Sem com elas me fundir 
Sem delas cair em chuva

Não soube ser de outra maneira 
quando tudo o que queria 
era esticar os braços, as mãos, 
atirar-me sem pensamento, 
despir-me, fazer-me mar,
e espalhar-me sem hesitação.
ser, sem hesitação. 


 2021

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