Despeço-me dos sonhos,
como quem assiste à partida
de um grande amor,
imposta p'la razão de ser das coisas
e não pelos desígnios de uma vontade,
de um peito que respira ar alheio.
Despeço-me dos sonhos,
sonhos do longe do sempre,
excedendo a própria vida.
Toupeiras na pele,
subterrâneas,
fazendo girar motores antigos
fumegando odores que lembram
ruminam.
Sonhos soçobrando
no sopro da cedência
incómodo
mal digerido
sussurando ao ouvido,
baixinho baixinho...
Setembro 2011
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